Já quero começar a resenha dizendo que considero "Essential Morphine" um dos melhores álbuns do ano, e que não há nada mais marcante do que a música extrema feita por quem entende do assunto e não tem cabeça fechada. O álbum mostra talvez a versão mais versátil dos veteranos do Warshipper, que faz o ouvinte olhar o death metal por uma outra percepção, com a adição de novos elementos antes não explorados pela banda.
Solo de violão, de saxofone, mudanças bruscas de andamento, músicas longas e algumas experimentações, "Essential Morphine" é um disco extremamente caprichado e não, não é fácil de se ouvir, é daqueles registros que pedem uma segunda ou terceira audição para captar e absorver todas as suas camadas, e isso é algo que só uma banda com o passado do Warshipper consegue fazer. Faixas como “Magnificent Insignificance” e “Perfect Pattern Watcher” mostram bem esse detalhe.
”Morphine” é uma das faixas mais surpreendentes do álbum, mais voltada ao doom metal e com alta influência do Paradise Lost, por vezes com passagens mais folk e outras mais densas e rápidas. A última faixa “Guilt Trip” mostra o puro suco da versatilidade do Warshipper, com uma pegada “dark country”, uma linha de baixo bem marcada, vocais limpos e mudanças de andamento e estilo que combinaram com maestria.
O álbum também traz duas versões de músicas presentes nas bandas anteriores de alguns de seus membros. “The Night of Unholy Archangel“ foi originalmente lançada pela banda Zoltar, do qual Rodrigo Nekhator era baixista e vocalista, enquanto “Twin Of Icon” foi lançada pelo ByWar, que tinha Renan Roveran como guitarrista.
Não é a toa que o Warshipper é uma das bandas de metal extremo mais respeitadas no cenário nacional, desafiar a si mesmos a fazerem um som que sai totalmente de uma forma e se recusa a seguir fórmulas é um desafio, mas o Warshipper continua provando que a estagnação não é uma possibilidade para a banda.
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