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Resenha: Deep Purple - Deep Purple



Deep Purple ou Deep Purple III é o terceiro álbum da banda inglês. Nele é possível sentir o fim da sonoridade do Deep Purple mais influenciada pela fusão da Música Clássica com o Rock, vinda da formação musical do pianista Jon Lord, e uma convergência para o Blues Rock, com um forte crescimento do guitarrista Ritchie Blackmore como compositor, sonoridade comercialmente mais popular na época.

Tal mudança de sonoridade teve como consequência a demissão do vocalista Rod Evans, com uma voz mais suave, para a entrada de Ian Gillan no álbum seguinte, o clássico Deep Purple in Rock. O álbum também é o último gravado pelo baixista Nick Simper, substituído por Roger Glover, o que deu início a formação clássica da banda. Tanto Gillan como Glover vieram de uma banda chamada Episode Six.


A capa do álbum é um fragmento da obra O Jardim das Delícias Terrenas, de Hieronymus Bosch, tirada do trecho onde o artista representa o inferno. A banda sofreu boicote de várias lojas de discos na época por considerarem a capa anti-religião. A cor monocromática veio de um defeito de impressão e a banda acabou preferindo ela dessa forma. Segue um pouco sobre cada uma das faixas:


Emmaretta ( Single ) - Foi um single feito pela banda, sob pressão da sua gravadora Tetragrammaton por músicas mais curtas e comerciais. O álbum como um todo foi feito sob muita pressão da gravadora, sendo isso motivo de muitas queixas da banda. A música teve algum sucesso comercial porém terminou não fazendo parte do álbum. O nome da música é uma homenagem de Rod Evans à atriz Emmaretta Marks. Na letra ele expressa a falta que sente dela e pergunta se ela leu a carta que ele lhe enviou.


1 - Chasing Shadows, faixa de abertura do álbum, foi escrita por Jon Lord com participação do baterista Ian Paice. A letra narra um pesado maluco que o Jon Lord teve, com Duendes e Gigantes. A música conta uma linha de bateria/percussão baseada em ritmos e rudimentos tribais africanos, típica do Ian Paice, lembrando a bateria clássica Mandrake Root.


2 - Blind, segunda faixa do álbum, foi escrita por Jon Lord, eu um Cravo, um instrumento de teclado similar a um piano de cauda. Esse é possivelmente o último álbum no qual o pianista escreveu letras. A música tem um astral melancólico, sua letra narra a solidão ao passar do ano, das estações, a falta sentida de alguém importante, capaz de te deixar emocionalmente cego para o resto vida.


3 - Lalena, para mim uma das faixas mais bonitas gravadas pela banda, é um cover do grande compositor Donovan Leitch, conhecido pela famosa música Season of the Witch.

A letra é inspirada na personagem Jenny, interpretada pela atriz alemã Lotte Lenya no filme The Threepenny Opera, e conta a história de uma mulher marginalizada pela sociedade.


4 - Fault Line é uma faixa instrumental bastante psicodélica, onde a linha de bateria foi gravada e depois invertida. A faixa é inspirada em um terremoto que ocorreu enquanto a banda estava em Los Angeles. A gravação do álbum foi no mesmo local e período do ano, vindo daí a alusão.


5 - The Painter, teve origem na música Hey Bop a Re Bop, que foi retrabalhada, transformando-a num blues psicodélico. A letra é bem simples, composta por apenas 3 estrofes.


6 - Why Didn’t Rosemary é um blues baseado no clássico filme O Bebê de Rosemary, que a banda viu junto no cinema. Um longo blues psicodélico, com um riff contagiante.


7 - The Bird Has Flown - Uma faixa mais psicodélica e experimental, gravada no mesmo dia do Single Emmaretta. A música segue uma estrutura bem viajada, com altos e baixos melódicos, pra mim uma das melhores do álbum.


8 - April - Minha faixa favorita do álbum, ela foi escrita originalmente por Ritchie Blackmore e fala sobre Abril, seu mês de nascimento, de forma bastante melancólica. A música possui uma introdução clássica escrita por Jon Lord e gravada por uma orquestra, seguida de um blues, tendo um total de 12 minutos. Existe uma versão rara da música sendo tocada ao vivo em 1970.


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