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  • Foto do escritorPedro Galvão

Resenha: Festival Abril Pro Rock 30ª Edição: 2º Dia (2023)


Crédito: Henrique Costa

O segundo dia de Abril Pro Rock começou com pouquíssimas pessoas se comparado com o primeiro. Por ser num domingo feriado de Dia das Mães, era esperado um público menor. Coube aos pernambucanos do Frygia iniciarem os trabalhos com seu Prog Power Metal. Apostando mais na característica progressiva do que na velocidade do Power Metal, as músicas executadas apresentaram passagens pesadas, intrincadas, arranjos bem técnicos e muitos duetos de guitarras. O Frygia lançou em fevereiro deste ano o EP ‘Control’ e teve uma boa performance apesar do som um pouco embolado e muito alto.

Crédito: Henrique Costa

Ainda no palco secundário, um quinteto de Stoner trouxe muito peso e groove para o festival. Trata-se do Surt, também de Pernambuco, que agradou muito ao público presente. Destaque para as linhas de bateria de Raone Ferreira e do vocal singular (no melhor sentido da palavra) de Dimitria Lins. O bacana do Surt é que a proposta deles se encaixa em qualquer evento de música pesada, do Heavy Metal ao Rock Alternativo.

Crédito: Henrique Costa

Inaugurando o palco principal no segundo dia e com uma sonorização muito boa, os cariocas do Hatefulmurder demonstraram entrosamento, ótima comunicação com o público e músicas empolgantes. Angélica Burns liderou toda apresentação com maestria, puxando moshpits e wall of death. Após o show, o quarteto anunciou que iria montar seu stand de merchandise e atender a todos que se interessassem. O público presente que já aumentava ficou muito satisfeito com a performance do Hatefulmurder.

Crédito: Henrique Costa

Logo em seguida, os cearenses do Corja! iniciaram sua performance pesadíssima. O quarteto liderado pela vocalista Haru executou músicas do seu primeiro álbum, Insulto, lançado em 2021, e propõe uma sonoridade com afinações baixas, letras em português, misturando passagens rápidas do hardcore com riffs que remetem ao Groove Metal, produzindo um mix sonoro impossível de não bater cabeça. E os vocais rasgados e guturais da Haru? São monstruosos! Uma exibição digna de uma banda madura e que está apta a alçar voos maiores na sua trajetória. Qualidade musical para isso eles têm.

Crédito: Henrique Costa

O Gangrena Gasosa fez a melhor apresentação de todo o festival. Os cariocas que misturam grindcore, thrash, batuques e ritmos de típicos de cultos de religiões de matriz africana, além de doses de humor e ironia, fizeram um show digno do mainstream do metal mundial. Não é exagero. Se o Gangrena tiver oportunidade de participar de festivais na Europa, a banda explode. Eles têm todos os elementos para chamar atenção dos gringos. ‘Kizila’, ‘Eu não entendi Matrix’, ‘Fiscal de Cu’, ‘Se Deus é 10, Satanás é 666’ e ‘Cambonos From Hell’ foram algumas das faixas presentes no setlist. O público respondeu da melhor forma: cantando, fazendo moshpits e wall of death. Ao final, sorrisos e muita satisfação.

Crédito: Henrique Costa

Missão ingrata coube ao Inherence por tocar após o show do Gangrena. O quarteto paulista atribui a sua proposta musical como Death Metal / Mathcore. Destaque para os vocais absurdos de Thiago Castor e da bateria que parece uma metralhadora incansável do João Limeira. Os integrantes do Inherence são experientes e souberam como atrair e agradar ao público que estava um pouco disperso.

Crédito: Henrique Costa

O vocalista Edu Falaschi fez uma apresentação típica de festivais: repertório repleto de clássicos para agradar a todos que ali estavam para prestigiar sua carreira. A base do setlist foi o álbum Rebirth, dos tempos que o vocalista integrava o Angra. ‘Bleeding Heart’, ‘Acid Rain’, ‘Milenium Sun’, ‘Temple Of Hate’, ‘Rebirth’, ‘Nova Era’ e ‘Spread Your Fire’ agradaram em cheio. O volume no sistema de PAs estava exageradamente alto. Mesmo com esse ponto crítico, é importante ressaltar que todos os instrumentos estavam perceptíveis, com exceção do microfone de Edu que apresentou algumas falhas, mas nada que comprometesse a performance do sexteto paulistano.

Crédito: Henrique Costa

No palco secundário, os paulistas do Hellish War nos presentearam com uma performance pulsante com seu Heavy/Power Metal! Oriundos de Campinas, o quinteto veterano (na ativa desde 1996 e com quatro álbuns de estúdio) estava muito à vontade nos palcos, visto que o Hellish War é uma banda de estrada, com algumas turnês na Europa e que merecia mais reconhecimento no seu próprio país. Músicas sobre guerras e batalhas épicas sempre funcionam com o público do Heavy Metal e desta vez não foi diferente.


Uma pena que após o show do Edu Falaschi boa parte do público foi embora. Perderam o Hellish War e a atração que fechou o Abril Pro Rock 2023: Wizards. Liderados por Christian Passos, o Wizards é uma banda tradicional de Power Metal, que fez muito barulho nos anos 90 e que mantém uma trajetória honesta no cenário nacional. Divulgando o álbum Seven, lançado ano passado, o quinteto conseguiu sugar as últimas energias do público que já estava cansado (principalmente aqueles que foram ao festival no sábado) e entregaram um ótimo show. Destaque para o carismático e virtuoso guitarrista Leo Mancini (ex-Shaman, Noturnall).

Crédito: Henrique Costa

O segundo dia do Abril Pro Rock não apresentou os problemas de sonorização da noite anterior. Pelo público estar em menor quantidade, não houveram problemas com a aquisição de bebidas e comidas. Ficou a impressão que se o domingo não fosse um feriado de Dia das Mães a presença seria maior. As bandas não se importaram com esse fator e tocaram como se estivessem com casa cheia. Experiência a produção tem para corrigir os pontos críticos no ano que vem. Apesar disso reforçamos que o saldo da 30ª edição foi positiva, sim! O Canal Bloody Mary agradece pela oportunidade de cobrir o evento e que venha a edição de 2024!


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