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  • Writer's pictureRenan Soares

Matanza Ritual: confiram a resenha do show de Recife


No início de 2020, o vocalista Jimmy London anunciou uma turnê junto o guitarrista Antônio Araújo (Korzus), o baterista Amilcar Christópharo (Torture Squad) e o baixista Felipe Andreoli (Angra), com o intuito de tocar as músicas que o consagraram em sua ex-banda, intitulando o projeto de Matanza Ritual. Até que, como bem sabemos, a Covid-19 chegou no mundo e a turnê precisou ficar na geladeira por dois anos.


Até que 2022 chega, e graças ao avanço da vacinação os shows puderam finalmente voltar a acontecer, fazendo com que a turnê fosse possível, e que a mesma chegasse ao Recife no último dia 30 de abril.


O evento de Recife podemos dizer que começou com intensidade antes mesmo da sua execução no dia 30 de abril, já que inicialmente a apresentação havia sido anunciada para acontecer no Armazém 14, no bairro do Recife, sob a tutela da produtora Art Rec. Mas, por motivos de força maior, o evento mudou de tutela (e consequentemente de local) aos 45 do segundo tempo (faltando mais ou menos 4 dias), fazendo assim que o show passasse a ocorrer no Burburinho Bar, no mesmo bairro, mantendo a data e também a Dune Hill como atração de abertura.


As apresentações estavam marcadas para se iniciarem às 22h, mas acabou atrasando uma hora e meia, se iniciando apenas às 23:30. Já antes da entrada do público ser liberada no piso superior do Burburinho, os fãs já demostravam uma grande empolgação ao cantar as músicas do Matanza junto com o sistema de som da casa.


Na mesma hora em que o público pôde ter acesso a área do show, a apresentação da banda recifense Dune Hill se iniciou com um detalhe bem peculiar. Já que o show da mesma estava sendo feito na pista do salão superior, em meio a galera.


Foto: Assis Roque


Era uma situação bem inusitada, de fato, e que certamente deve ter ocorrido como uma forma de agilizar o evento, que já estava atrasado, mas até que deu um charme a mais para a apresentação, já que banda e plateia ficaram bem próximas trocando energia.


Além disso, há muito tempo que não via um show onde o público presente interagiu tanto com a banda de abertura como dessa vez, o próprio vocalista Leo Trevas aproveitou para ir pra galera e instigar ele mesmo a roda punk, fazendo o Burburinho tremer com a empolgação do público.


Foto: Assis Roque


A apresentação foi bastante curta, onde a banda equilibrou músicas do primeiro álbum "White Sands" (2014) e do segundo "Song of Seikilos" (2019), além de encerrar com o cover de "Enter Sandman" do Metallica, levando todos a loucura.



Foto: Assis Roque

Foto: Assis Roque


E após o fim da curta, mas intensa apresentação da Dune Hill, era finalmente chegada a hora do Matanza Ritual reabrir o Clube dos Canalhas na capital pernambucana.


Foto: Assis Roque


Como alguém que presenciou seis shows do Matanza original na vida (antes da ruptura em 2018), posso dizer que a energia da apresentação foi da forma que eu esperava e estava acostumado a ver em um show com o peso do nome "Matanza".


Quando o quarteto liderado por Jimmy London subiu ao palco ao som de "Ressaca Sem Fim", o Burburinho mais uma vez estremeceu e cantou em uma única voz, e claro, com uma roda punk frenética típica de um show do Matanza.


Foto: Assis Roque


Jimmy, como o bom frontman que é, comandou o palco e a plateia com a maestria e experiência que tem, e respondendo sempre de forma bem humorada quando o público o mandava tomar "naquele lugar" (o jeito carinhoso que os fãs tem de tratar o nosso querido gigante irlandês).


Foto: Assis Roque


Apesar de estarem tocando um estilo um pouco diferente dos seus projetos principais, Antônio Araújo (que é recifense, e estava literalmente tocando em casa no dia) e Amilcar Christópharo não tiverem dificuldades para tocar o repertório do Matanza, por já estarem acostumados a tocarem de forma mais pesada. E diferente dos dois citado, Felipe Andreoli estava ali saindo completamente da sua zona de conforto, já que o mesmo é acostumado a tocar estilos mais técnicos (tipo Prog e Power Metal), e no Matanza ele precisou tocar mais simples e mais pesado, coisa que ele fez também com a naturalidade do músico experiente que é.


Foto: Assis Roque


Obviamente, o repertório do show estava repleto de grandes hits, como "Clube dos Canalhas", "Todo Ódio da Vingança de Jack Buffalo Head", "O Último Bar", "O Chamado do Bar", "A Arte do Insulto", "Eu Não Gosto de Ninguém", e várias outras. Além disso, mesmo o intuito do projeto sendo reviver o repertório do Matanza, tivemos também faixa inédita, sendo essa a "Sujeito Amargo", liberado pelo grupo recentemente.


Foto: Assis Roque


Em um show pesado como o do Matanza, um bom jogo de luz frenético sempre da um bom adicional a apresentação, e nesse caso eles conseguiram de uma forma que não deixou o palco mergulhado na escuridão (como costuma acontecer bastante), isso sem falar do tom de vermelho detalhadamente destacado na música "Mulher Diabo".


Foto: Assis Roque


Após praticamente duas horas de apresentação, o show do Matanza se encerrou mantendo o "ritual" de fechar com a clássica "Ela Roubou Meu Caminhão" (faixa que é renegada pelo Matanza Inc após o fim do grupo original), e com os trechos de "Estamos Todos Bêbados" e "Interceptor V6".


Foto: Assis Roque


Sendo assim, uma noite épica de casa cheia se encerrou no Burburinho. A casa marcou ali o seu primeiro show após a retomada dos eventos depois da pausa de dois anos ocasionadas pela pandemia, que apesar de alguns contratempos, foi executado de uma forma memorável, trazendo de volta a energia de um show ao vivo que todos estávamos sentido saudades.


Enquanto ao Matanza, consumou mais uma vez ali seu ritual, da mesma forma que sempre fez durante os 22 anos em que a banda original esteve na ativa.

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