top of page
  • Foto do escritorRenan Soares

Eskröta: resenha do show em Recife


Após dois longos anos, finalmente os shows de metal retornaram com força total, no mesmo ritmo de antes de março de 2020 (ano passado alguns shows chegaram a ocorrer, mas de forma esporádica e com inúmeros protocolos). E com isso, no último dia 24 de abril (domingo), a banda paulista Eskröta encerrou sua turnê em uma noite de peso no Recife.


Além da Eskröta, também se apresentaram no evento as bandas recifenses Odiosa e Arquivo Morto, formando um line-up focado em estilos extremos e frenéticos como o Hardcore, o Grindcore e o Crossover.


Começo o texto falando do público presente, que deu exatamente o esperado em relação ao que é a cena underground pernambucana, ainda mais se tratando de um evento menor em um domingo a tarde no Estelita. Infelizmente, os dois anos de pausa não foram o suficiente para fazer os headbangers recifenses irem em peso ao show (que tinha um ingresso com valor bastante acessível, vale ressaltar).


De qualquer forma, pelo menos diferente que eu normalmente via nos eventos antes da pandemia, o público presente no Estelita, mesmo que em menor número, veio completamente disposto a curtir os shows da tarde/noite.


Os trabalhos se iniciaram oficialmente a partir das 17:30, com a apresentação da banda Odiosa


A Odiosa abriu o evento com o seu Hardcore frenético, e cheio de mensagens políticas, principalmente contra o atual presidente as mazelas da nossa sociedade atual, ainda diante de um público acanhado que ainda chegava ao Estelita.


Por se tratar de uma banda ainda nova, e por suas músicas seguir o padrão Hardcore de curta duração, a apresentação ocorreu quase que em um piscar de olhos, não apenas pelas razões já mencionadas, mas também por conta da energia que o grupo mostrou no palco.


Pouco depois, sem muita perda de tempo na transição, a Arquivo Morto iniciava seu show levantando a bandeira antifacista no palco.


Mantendo a mesma pegada da Odiosa, o Arquivo Morto colocou os jogos de luzes do Estelita para funcionar de forma plena, diante de uma plateia que estava começando a se empolgar mais com o som pesado do quarteto.


Assim como a banda antecessora, o Arquivo Morto também conta com um repertório de músicas frenéticas e com curta duração, fazendo também com que a apresentação tenha sido bastante rápida.


Como a bandeira pendurada em frente ao palco já deixou claro, o show contou com vários discursos políticos contrários ao atual Governo, principalmente em relação a desastrosa gestão da pandemia no país, e além disso, a banda, que foi a única da noite a não ter nenhuma mulher da formação, aproveitou a oportunidade para puxar uma autorreflexão dos homens em relação ao machismo, principalmente vindo daqueles que se dizem contra o machismo apenas na teoria, antes da música "Desconstruir o Nosso Machismo".



E com uma roda punk um pouco mais intensa, o Arquivo Morto encerrou seu show para dar espaço a Eskröta, atração principal da noite.


O ex-trio feminino (hoje a banda conta com Jhon França na bateria) fazia ali seu terceiro show no Recife, e segundo no Estelita, agora divulgando o álbum "Cenas Brutais", de 2020, e o seu mais recente EP "T3rror".


Quando os primeiros acordes foram tocado, o público do Estelita mostrou a que veio e abriu a roda punk mais intensa da noite, nas suas devidas proporções, que teve uma interrupção após uma falha na guitarra de Ya. O momento foi contornado com bastante bom humor por parte das duas frontwoman, que brincaram dizendo que aquela era a "maldição do Estelita", já que elas também tinham tido um problema técnico em sua última passagem na casa.


Era perceptível que a banda já se sentia em casa diante do público recifense, que simplesmente não parou com o mosh pit ao longo de todo o show. Essa também foi uma apresentação curta, já que a Eskröta, assim como todas as outras bandas da noite, possui um repertório com músicas com pouca duração.


A apresentação também contou com a participação especial do vocalista Alcides Burns (Vermiis, ex-Inner Demon Rise) na música "Filha do Satanás", que faz referência ao clássico filme "Carrie, a Estranha".


E a sintonia com o público foi tão grande que a banda acabou tocando três músicas a mais do que o planejado, porque a plateia ficou clamando por bis quando elas iriam encerrar com "Mulheres".


Com isso, o show se encerrou às 20h, com todos os presentes em êxtase com o evento que acabara de acontecer. E sendo assim, posso dizer com todas as palavras:


Como é bom ver a agenda de shows voltando a esquentar. Estava com saudades disso.

bottom of page